VER E OLHAR

“ Só podemos ver quando aprendemos que algo não está à mostra e podemos sabê-lo. Portanto, para ver , é preciso pensar.Olhar está implicado ao sentido físico da visão. Costumamos, todavia, usar a expressão olhar para afirmar uma outra complexidade do ver. Quando chamo alguém para ver algo espero dele uma atenção estética, demorada e contemplativa, enquanto ao esperar que alguém olhe algo, a expectativa se dirige à visualização, ainda que curiosa, sem que se espere dele o aspecto contemplativo. Olhar é reto, ver é sinuoso. Olhar é sintético, ver é analítico. Olhar é imediato, ver é mediado. A imediaticidade do olhar torna-o um evento objetivo”. (Aprender a pensar é descobrir o ver Marcia Tiburi).

            Palavras que parecem sinônimas, mas são distintas em sua representação do ponto de vista do observador. Exercício que requer treino, curiosidade e conhecimento, pois para conseguirmos deixar de olhar para começarmos a ver é necessário que algo de diferente nos desperte. Muitas vezes através da fala de um amigo começamos a ver de outra forma os educandos em sala de aula, seus problemas, suas dificuldades, onde se originam e por que. Mas também ao momento de deleite em que deixamos de olhar para ver como os esforços da aprendizagem, da organização dos espaços possibilitam aprendizagens.


            Há momentos que o ver está em nossa memória, nos momentos que nos questionamos, por que deu errado a aula hoje, o que aconteceu de diferente, ou como foi fantástico hoje o que aconteceu de diferente. O nosso ver está associado a nossa capacidade de resiliência de aprender com os nossos erros e com os dos outros, podendo modificar a realidade e assim configurar e estruturar um melhor aprendizado para os alunos, vendo eles como seres humanos que erram acertam e estão em processo de amadurecimento e crescimento.

Aqui não olho apenas o trabalho de uma criança, vejo criatividade, cuidado, expressão, sentimento e brincadeira.

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